Sobre o «cansaço dos sacerdotes» o Papa centrou a sua reflexão na missa crismal celebrada na manhã de 2 de Abril, Quinta-feira santa. Na basílica vaticana Francisco exortou os presentes a pedir «a graça de aprender a estar cansados», recordando que «o nosso cansaço é como o incenso que sobe silenciosamente ao Céu».
Na homilia o Pontífice confidenciou que pensa com frequência no cansaço dos sacerdotes – «especialmente quando sou eu que estou cansado», observou – e reza sempre por isto. Depois, exortou a não ceder à «tentação de descansarmos de qualquer maneira» e exortou a «ter muito presente que uma chave da fecundidade sacerdotal reside na forma como repousamos e como sentimos que o Senhor cuida do nosso cansaço».
Em particular o Papa convidou a evitar três tentações: o cansaço das pessoas, dos inimigos e de nós mesmos. A primeira refere-se ao cansaço das multidões sobre o qual o Evangelho fala. «Mas – frisou a propósito – o Senhor não Se cansava de estar com o povo. Pelo contrário, parecia que ganhava nova energia». Portanto, «este cansaço habitual no meio da nossa actividade é uma graça que está ao alcance de todos nós, sacerdotes». É um cansaço «bom, sadio», é «o cansaço do sacerdote com o cheiro das ovelhas, mas com o sorriso de um pai que contempla os seus filhos ou os seus netinhos», acrescentou.
O segundo é o cansaço dos inimigos, pelo qual é preciso «pedir a graça de aprender a neutralizar o mal». E o último, «talvez o mais perigoso», porque é «mais auto-referencial», é o cansaço de si mesmo, que Francisco chama «fazer a corte ao mundanismo espiritual». Porque, concluiu, «só o amor dá repouso», enquanto «aquilo que não se ama, cansa de forma má; e, com o passar do tempo, cansa de forma pior».
Homilia do papa
Fonte: L’Osservatore Romano