O dia 12 de fevereiro de 2022 ficará para sempre marcado no imaginário dos homens, mulheres, jovens e crianças que estiveram, presencialmente ou através dos meios de comunicação, no terreno da futura Catedral de Nsa. Sra. Aparecida para se despedir daquele que em onze anos conquistou o respeito e a admiração de todos e em cujo olhar dócil e sorriso afável iluminavam. Dom Magnus Henrique, agora bispo eleito do Crato/CE, estava visivelmente alegre no meio do povo que pastoreara, mas manteve uma postura firme e discreta durante toda celebração que presidiu para fiéis vindos de todas as partes da Diocese de Salgueiro. Caravanas não faltaram na despedida do primeiro bispo desta porção do povo de Deus, bem assim lágrimas de saudade.
A estrutura montada para garantir a segurança dos presentes, sobretudo tendo em vista o cenário pandêmico atual, contou com proteção para a chuva que vem assolado Salgueiro nos últimos dias, alagando bairros e causando prejuízos. Tudo, porém, correu na mais perfeita tranquilidade. A celebração eucarística começou por volta das 19:20h, reunindo a maioria dos padres do clero salgueirense, seminaristas, religiosos e religiosas. Um detalhe importante pode ser observado. As mãos de Dom Magnus estavam vazias, ou seja, ele não portava o báculo, símbolo do pastoreio; isso se deve ao fato de que agora ele só deve usá-lo na sua nova diocese, com seu novo rebanho. Um sinal sutil de que ele não é mais pastor desta diocese.
A homilia coube ao Pe. José Nilton, da Paróquia Nsa. Sra. da Conceição de Araripina, ocasião na qual ele exaltou os feitos do, agora, Administrador Apostólico de Salgueiro e agradeceu o tempo em que esteve neste torrão. Nada mais do que merecido, afinal, Dom Magnus conseguiu em pouco tempo estruturar toda uma diocese que começou do zero, sem cúria, sem residência episcopal, sem seminário, sem casa de acolhimento, etc. Hoje, tudo isso e muito mais existe, graças a luta incansável deste frade franciscano nascido em Assú, no Rio Grande do Norte. Mas nem só de prédios vive uma igreja, Frei Magnus levantou vocações, espiritualidades, alimentou seu povo com vida e amor, fez de pobres sertanejos membros atuantes de uma igreja segundo o coração de Deus.
Terminada a missa, seguiram-se as homenagens. Além do prefeito do município de Salgueiro Marcones Sá, falou o prefeito de Ouricuri, Ricardo Ramos e um representante da ALEPE – Assembleia Legislativa de Pernambuco, o qual expressou o reconhecimento de todos os pernambucanos pelas significativas contribuições do bispo do Crato em nosso meio ao longo desses onze anos. Ana Neide, representante do laicato diocesano e Marta Callou, da APAE – Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de Salgueiro – presentearam Dom Magnus com palavras de gratidão e, esta última, com um prêmio de reconhecimento como amigo da instituição. Também o Pe. José Barros cantou composição de sua autoria em honra a seu antigo bispo. Por fim, o próprio homenageado falou brevemente a seu rebanho de outrora com palavras de perdão e gratidão. Dom Magnus ganhou do clero um presente: uma réplica da imagem de Santo Antônio, padroeiro da Sé cidade episcopal de Salgueiro, que está nos altares da Catedral que leva seu nome.
No sábado, 19/02, Dom Magnus sentar-se-á na Cátedra da Penha no Crato e o Colégio dos Consultores de Salgueiro irá se reunir para eleger um administrador diocesano que cuidará dos assuntos burocráticos da diocese até a chegada de um novo bispo, o segundo desde a criação desta circunscrição em 16 de junho de 2010 por Sua Santidade o Papa emérito Bento XVI.
Por: PASCOM – Diocese de Salgueiro